O couro é a pele curtida de origem animal. O curtimento é feito através de processo físico-químico, que transforma uma matéria prima perecível, sem uso específico, em um material nobre, estável, com diferentes características e que permitem diversas possibilidades de uso.
No Egito antigo, três mil anos a.C., há numerosas evidências do uso do couro curtido. Também na China, a fabricação de objetos com couro já era efetuada muito antes da Era Cristã. Babilônios, hebreus e os antigos gregos usaram processos de curtimento, assim como os índios norte-americanos. No século VIII, os árabes introduziram na Península Iberica a indústria do couro artístico.
Em Pérgamo desenvolveram-se, na Idade Antiga, os celebres “pergaminhos” usados na escrita e que eram feitos com peles de ovelha, cabra ou bezerro.
Desenvolveram técnicas de elaboração e transformação do couro muito parecidas sendo que o couro esteve presente em grande parte da historia da humanidade.
O couro curtido é utilizado como material para a confecção de diversos artefatos, tais como: sapatos, cintos, carteiras, bolsas, malas, pastas, casacos, chapéus, moveis domésticos, bancos automotivos etc.
No Brasil, em função da colonização, os rebanhos se multiplicaram rapidamente devido clima e pastagem. Os curtumes foram criados como consequência da expansão do rebanho. Hoje no Brasil tem o maior rebanho bovino do mundo.
O couro tem algumas características especificas que até hoje não conseguiram ser igualadas por matérias sintéticos: é poroso, permitindo à pele ‘respirar’, ou seja, é permeável e transpira, o que proporciona conforto na sua utilização. É também elástico e flexível, resistente à tração (estiramento) e a abrasão (atrito). Por isso, o sapato se adapta ao pé durante o uso e retorna, posteriormente, à sua forma original.
A pele ovina tem leveza, delicadeza e elegância que não se apresentam no couro de gado bovino.
Para certos tipos de produtos é diferenciado. Isso é devido não só ao tamanho e à espessura da peça, mas também às fibras que a formam.
No Nordeste, em função do clima, existe um tipo de animal que proporciona uma pele singular. O carneiro da região, chamado no linguajar do ramo de ‘mestiço’, tem uma resistência bem superior aos cordeiros de outras regiões, é menos gorduroso e menos elástico. Isso resulta em maior resistência das fibras internas, o que permite fazer um sapato de bico mais fino sem estourar, e resulta num visual mais elegante. Os outros países onde há essas peles tão características (mestiço ou hairsheep, em inglês) encontram-se na mesma latitude que o Nordeste brasileiro (Nigéria, Sudão, Etiópia, Iêmen, Indonésia, Índia).